"O poder restaurador de Jesus"

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Mateus 18. 21-22

Contexto histórico

O contexto histórico de Mateus 18:21-22 ocorre dentro do Evangelho de Mateus, que faz parte do Novo Testamento da Bíblia cristã. Este trecho específico é uma parte do discurso de Jesus sobre a comunidade da igreja e o perdão.
O versículo 21 começa com Pedro perguntando a Jesus quantas vezes ele deve perdoar seu irmão que pecar contra ele - até sete vezes? Na época, perdoar alguém sete vezes era considerado um gesto de grande generosidade.
Jesus, em sua resposta, amplifica o conceito de perdão além dos limites convencionais ao dizer que deve-se perdoar "setenta vezes sete" vezes, enfatizando que o perdão deve ser ilimitado. Isso reflete uma ênfase na misericórdia, na graça e na importância do perdão na comunidade cristã.
Este ensinamento é parte de uma série de instruções de Jesus sobre como a comunidade de crentes deve se comportar e tratar uns aos outros, destacando valores como humildade, reconciliação e amor ao próximo.
1. Quem é o autor do livro no qual estou pregando? (autoria)
2. Quando esse livro foi escrito? (datação)
3. Qual é a situação dos leitores e do escritor da passagem? (contexto)
4. Qual é a mensagem principal ou propósito do livro bíblico no qual estou pregando?
5. Qual aspecto cultural da passagem requer maior atenção?
6. Que valores da comunidade o autor está confrontando?
Vou responder a essas perguntas com base no livro de Mateus, onde está localizada a passagem que você está pregando:
1. **Autoria**: O Evangelho de Mateus é atribuído a Mateus, também conhecido como Levi, um dos doze apóstolos de Jesus. No entanto, a autoria exata é debatida por estudiosos, e alguns sugerem que o autor pode ter sido outra pessoa que usou o nome de Mateus para dar autoridade ao texto.
2. **Datação**: A datação do Evangelho de Mateus é frequentemente colocada entre os anos 70 e 90 d.C. Alguns estudiosos sugerem uma data mais tardia, mas há debate sobre isso.
3. **Contexto dos leitores e do escritor**: O Evangelho de Mateus foi escrito para uma comunidade cristã judaica, provavelmente em uma época em que havia uma crescente divergência entre o judaísmo e o cristianismo. O autor, presumivelmente um judeu convertido ao cristianismo, escreve para fortalecer a fé dos cristãos e apresentar Jesus como o Messias prometido na tradição judaica.
4. **Mensagem principal ou propósito**: O propósito principal do Evangelho de Mateus é apresentar Jesus como o Messias esperado, cumprindo as profecias do Antigo Testamento. O autor enfatiza a importância da fé, do discipulado, da ética cristã e da comunidade cristã, enquanto ressalta a relevância contínua da Lei e dos Profetas.
5. **Aspecto cultural da passagem que requer maior atenção**: No contexto cultural judaico, o tema do perdão apresentado em Mateus 18:21-22 era relevante devido à ênfase na justiça retributiva. O perdão ilimitado exigido por Jesus desafia as noções culturais de justiça e vingança, destacando a importância da misericórdia e da reconciliação na comunidade.
6. **Valores da comunidade confrontados pelo autor**: O autor de Mateus confronta a comunidade com uma visão mais ampla da lei e da justiça, desafiando a abordagem legalista e enfatizando a importância do amor, da misericórdia e do perdão. Ele também confronta a tendência dos discípulos de buscar poder e status, ensinando-lhes sobre humildade e serviço ao próximo.

Contexto Literário

O contexto literário do Evangelho de Mateus é fundamental para compreender não apenas a passagem específica que você está pregando, mas também a mensagem global do livro. Aqui estão alguns pontos-chave do contexto literário do Evangelho de Mateus:
1. **Gênero literário**: O Evangelho de Mateus é um texto religioso e teológico, mas também possui características de biografia e narrativa. Ele relata a vida, os ensinamentos, os milagres, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
2. **Estrutura narrativa**: O Evangelho de Mateus é organizado de forma a destacar a natureza messiânica de Jesus. O autor usa uma série de discursos, parábolas e eventos da vida de Jesus para enfatizar como ele cumpre as profecias do Antigo Testamento e como seu ministério está alinhado com o plano redentor de Deus.
3. **Fontes e tradições**: O Evangelho de Mateus faz uso de várias fontes, incluindo o Evangelho de Marcos e uma fonte hipotética chamada de "Q" (do alemão Quelle, que significa "fonte"). Além disso, o autor também incorpora tradições orais e escritas da comunidade cristã primitiva.
4. **Público-alvo**: O Evangelho de Mateus foi escrito para uma comunidade de cristãos judeus ou para aqueles familiarizados com a cultura e as tradições judaicas. O autor frequentemente cita o Antigo Testamento e demonstra um interesse particular em mostrar como Jesus cumpre as profecias messiânicas judaicas.
5. **Tema principal**: O tema principal do Evangelho de Mateus é a identidade de Jesus como o Messias prometido, o Filho de Deus. O autor enfatiza a autoridade de Jesus, seu papel como o cumprimento das Escrituras e seu chamado para estabelecer o Reino de Deus na terra.
Compreender o contexto literário do Evangelho de Mateus ajuda a interpretar suas passagens individuais de forma mais precisa e a reconhecer como elas se encaixam na mensagem mais ampla do livro.
1. Qual é a estrutura geral do livro bíblico no qual estou pregando?
O Evangelho de Mateus pode ser dividido em várias seções principais, cada uma destacando diferentes aspectos da vida e do ministério de Jesus Cristo. Aqui está uma visão geral da estrutura geral do livro de Mateus:
1. **Introdução (Mateus 1:1 - 4:11)**:
- Genealogia de Jesus Cristo desde Abraão até José, esposo de Maria (Mateus 1:1-17).
- Nascimento e infância de Jesus, incluindo a visita dos magos e a fuga para o Egito (Mateus 1:18 - 2:23).
- O batismo de Jesus por João Batista e sua tentação no deserto (Mateus 3:1 - 4:11).
2. **Ministério na Galileia (Mateus 4:12 - 16:20)**:
- Jesus começa seu ministério na Galileia, pregando o evangelho do Reino e realizando milagres (Mateus 4:12-25).
- O Sermão da Montanha, onde Jesus ensina sobre as bem-aventuranças e outros princípios do Reino de Deus (Mateus 5:1 - 7:29).
- Demonstração do poder de Jesus através de milagres, como curas e a alimentação dos cinco mil (Mateus 8:1 - 9:38).
- Jesus envia os doze discípulos em missão (Mateus 10:1-42).
- Confrontos com os fariseus e ensinamentos sobre a verdadeira justiça e pureza (Mateus 15:1 - 16:20).
3. **Ministério na Judeia e Pereia (Mateus 16:21 - 20:34)**:
- Jesus prediz sua morte e ressurreição e ensina sobre o discipulado (Mateus 16:21 - 20:16).
- Parábolas e ensinamentos sobre o Reino de Deus (Mateus 20:1-34).
4. **Conflito em Jerusalém (Mateus 21:1 - 25:46)**:
- Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mateus 21:1-11).
- Jesus ensina no templo e confronta as autoridades religiosas (Mateus 21:12 - 23:39).
- Discursos de Jesus sobre o fim dos tempos e o juízo final (Mateus 24:1 - 25:46).
5. **Paixão, Morte e Ressurreição (Mateus 26:1 - 28:20)**:
- Preparação para a Páscoa, a última ceia e a traição de Jesus (Mateus 26:1-75).
- Julgamento de Jesus, crucificação, morte e sepultamento (Mateus 27:1-66).
- Ressurreição de Jesus e comissão aos discípulos (Mateus 28:1-20).
Essa estrutura geral mostra como o Evangelho de Mateus narra a vida, os ensinamentos, os milagres, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, destacando-o como o Messias prometido e o Salvador da humanidade.
2. Como a estrutura desse livro se relaciona ao propósito da obra?
3. Onde a minha passagem se situa dentro da estrutura geral do livro?
4. Existe algum tema geral na sessão na qual a minha passagem se situa?
5. O fato de minha perícope estar nessa sessão revela alguma informação importante para a interpretação?
6. A minha perícope sofre influência da passagem anterior? Se sim, por quê?
7. A minha perícope influencia a perícope posterior? Se sim, como?
8. Quais são as frases chave da passagem?
9. Quais são as palavras chave (os os referentes = sobre o que o texto fala)?
Relação entre estrutura e propósito: A estrutura do Evangelho de Mateus serve ao propósito de apresentar Jesus como o cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento e como o Messias esperado. Cada seção destaca diferentes aspectos do ministério e ensinamentos de Jesus para fortalecer a fé dos crentes e instruí-los sobre como viver como discípulos.
Posição da sua passagem na estrutura geral: A passagem de Mateus 18:21-22 está localizada na seção onde Jesus está ensinando seus discípulos sobre a comunidade da igreja e as relações entre os membros. Esta seção aborda questões como disciplina, perdão e reconciliação.
Tema geral na sessão da sua passagem: O tema geral na seção que inclui Mateus 18:21-22 é o perdão e a reconciliação dentro da comunidade cristã. Jesus está instruindo seus discípulos sobre a importância do perdão ilimitado como parte do amor e da comunhão entre os membros da igreja.
Importância da posição da sua passagem para interpretação: O fato de sua passagem estar nesta seção destaca a centralidade do perdão na vida e nas relações dos seguidores de Jesus. Isso ressalta a necessidade de perdoar generosamente, como reflexo do perdão recebido de Deus.
Influência da passagem anterior: A passagem anterior, Mateus 18:15-20, trata do processo de lidar com conflitos dentro da comunidade da igreja e busca reconciliação. Isso prepara o caminho para a discussão sobre o perdão em Mateus 18:21-22, enfatizando a importância da reconciliação dentro da comunidade cristã.
Influência da sua passagem na subsequente: Embora Mateus 18:21-22 não tenha uma influência direta na passagem seguinte, ela estabelece o contexto para os ensinamentos adicionais de Jesus sobre o perdão e a parábola do servo incompassivo que se segue (Mateus 18:23-35).
Frases-chave da passagem Mateus 18:21-22: "Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão? Até sete vezes?" (Mateus 18:21) e "Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mateus 18:22).
Palavras-chave: Palavras-chave incluem "perdoar", "irmão", "sete vezes", "setenta vezes sete" e outras relacionadas ao tema do perdão e da reconciliação.

Contexto teológico

No contexto teológico de Mateus 18:21-22, Jesus está ensinando sobre o perdão dentro da comunidade de crentes. Esses versículos fazem parte de uma seção mais ampla em que Jesus discute questões relacionadas à vida comunitária e ao tratamento dos outros membros da comunidade. Aqui estão alguns aspectos do contexto teológico desses versículos:
1. **Perdão como um tema central**: A passagem destaca a importância do perdão na vida cristã. Pedro pergunta a Jesus quantas vezes ele deve perdoar seu irmão, sugerindo até sete vezes, e Jesus responde com a ideia de perdoar "setenta vezes sete". Isso enfatiza a natureza ilimitada do perdão que os discípulos devem demonstrar.
2. **Natureza do perdão divino**: A resposta de Jesus sobre perdoar "setenta vezes sete" reflete a generosidade e a infinita misericórdia de Deus. Ele está ensinando aos seus discípulos que o perdão não deve ter limites, assim como o perdão divino não tem limites.
3. **Relação com a parábola do servo incompassivo**: Logo após esta passagem, Jesus conta a parábola do servo incompassivo (Mateus 18:23-35), que ilustra a importância do perdão e as consequências de se recusar a perdoar. Isso reforça o ensinamento de Jesus sobre a necessidade de perdoar generosamente.
4. **Comunidade de perdão e reconciliação**: No contexto mais amplo do capítulo 18 de Mateus, Jesus está instruindo seus discípulos sobre como resolver conflitos e restaurar relacionamentos dentro da comunidade de crentes. O perdão é uma parte essencial desse processo de reconciliação e unidade.
5. **Aplicação prática na vida cristã**: O ensinamento de Jesus sobre o perdão em Mateus 18:21-22 tem implicações profundas para a vida dos discípulos. Eles são chamados a imitar o perdão incondicional de Deus e a buscar ativamente a reconciliação com os outros, mesmo quando isso é difícil.
No contexto teológico de Mateus 18:21-22, Jesus está estabelecendo um padrão elevado de perdão para seus seguidores e ensinando sobre a importância do perdão ilimitado como parte essencial da vida cristã e da comunidade de crentes.
1.Como aquilo que o autor está dizendo se relaciona com o restante das escrituras? (Análise canônica)
2.O que Deus está dizendo para a Igreja?
3.Em que tema doutrinário se enquadra a passagem?
4. Quais são os textos paralelos dessa passagem?
5. Existe algo sobre esse princípio no Catecismo ou em outros Documentos da Igreja?
6. Existe algum Santo que trata sobre esse assunto?
Vamos explorar cada uma das suas perguntas relacionadas à passagem de Mateus 18:21-22:
1. **Análise canônica**: O ensinamento de Jesus sobre o perdão ilimitado em Mateus 18:21-22 está alinhado com outros ensinamentos e princípios encontrados nas Escrituras. Por exemplo, a ideia de perdoar repetidamente reflete a natureza amorosa e misericordiosa de Deus, que é uma característica comum em toda a Bíblia. Além disso, outros ensinamentos de Jesus sobre perdão e reconciliação, como em Lucas 17:3-4, estão em harmonia com esta passagem.
2. **Mensagem para a Igreja**: Deus está comunicando à Igreja a importância do perdão incondicional e generoso como parte essencial do testemunho cristão. Ele nos chama a perdoar repetidamente, assim como Ele nos perdoou abundantemente. Essa mensagem promove a unidade, a reconciliação e o amor dentro da comunidade de fé.
3. **Tema doutrinário**: A passagem se enquadra no tema doutrinário do perdão divino e humano. Ela destaca a necessidade do perdão como resposta à graça de Deus e como expressão do amor cristão. O perdão é fundamental para a compreensão da salvação e da vida comunitária na fé cristã.
4. **Textos paralelos**: Um texto paralelo a Mateus 18:21-22 pode ser encontrado em Lucas 17:3-4, onde Jesus também ensina sobre a necessidade de perdoar repetidamente.
5. **Referências no Catecismo e outros documentos da Igreja**: O Catecismo da Igreja Católica aborda o tema do perdão em várias seções, destacando sua importância na vida cristã e sua relação com a oração do Pai Nosso (veja CIC 2838-2845). Além disso, documentos como as encíclicas papais e as exortações apostólicas frequentemente abordam o tema do perdão e da reconciliação como parte da missão da Igreja.
6. **Santos que tratam sobre o assunto**: Muitos santos da Igreja, como Santo Agostinho, São Francisco de Assis e Santa Teresa de Calcutá, enfatizaram a importância do perdão em suas vidas e ensinamentos. Eles são exemplos de como viver o mandamento de perdoar e buscar a reconciliação com os outros.

Teologia do perdão

A teologia do perdão, tanto na Bíblia quanto na doutrina católica, é um tema central que aborda a relação entre Deus e a humanidade, bem como as relações interpessoais dentro da comunidade cristã. Aqui estão alguns aspectos fundamentais da teologia do perdão de acordo com a Bíblia e a doutrina católica:
1. **Perdão como atributo divino**: Tanto na Bíblia quanto na doutrina católica, o perdão é visto como um atributo essencial de Deus. Ele é retratado como um Deus misericordioso, compassivo e pronto para perdoar os pecados daqueles que se arrependem sinceramente (Êxodo 34:6-7; Salmo 103:8-12; Lucas 15:11-32).
2. **Necessidade do arrependimento e contrição**: Tanto na Bíblia quanto na doutrina católica, o perdão de Deus é condicionado ao arrependimento e à contrição sincera por parte do pecador. Isso envolve reconhecer o pecado, sentir pesar genuíno por ele e estar disposto a mudar de vida (Lucas 15:11-32; 1 João 1:9; Catecismo da Igreja Católica, §1451-1455).
3. **Perdão humano como resposta ao perdão divino**: A Bíblia ensina que, assim como Deus nos perdoou, também devemos perdoar os outros (Efésios 4:32; Colossenses 3:13). Na doutrina católica, o perdão humano é visto como uma resposta à graça de Deus e um reflexo do amor e da misericórdia que recebemos Dele (Mateus 18:21-35; Catecismo da Igreja Católica, §2840).
4. **Perdão como um ato de amor e reconciliação**: Tanto na Bíblia quanto na doutrina católica, o perdão é visto como um ato de amor e reconciliação. Ele busca restaurar relacionamentos quebrados, promover a paz e a unidade dentro da comunidade e refletir a imagem de Cristo, que nos reconciliou com Deus através de sua morte e ressurreição (2 Coríntios 5:18-20; Catecismo da Igreja Católica, §2844-2845).
5. **Persistência no perdão**: Tanto na Bíblia quanto na doutrina católica, é ensinado que devemos perdoar repetidamente e sem limites. Isso reflete a generosidade do perdão divino e a exigência de imitar esse perdão em nossas vidas (Mateus 18:21-22; Lucas 17:3-4; Catecismo da Igreja Católica, §2843).
A teologia do perdão na Bíblia e na doutrina católica destaca a importância do perdão como parte essencial da vida cristã, mostrando a necessidade do perdão divino, a responsabilidade do perdão humano e os frutos do perdão na comunidade de fé.

Comentário:

Passagem

ANÁLISE DO TIPO E A ESTRUTURA DO TEXTO

1. Quais são os blocos do texto?
O texto de Mateus 18:21-22 pode ser dividido em dois blocos principais:
1. **Pergunta de Pedro sobre o perdão (versículo 21)**: Neste bloco, Pedro se aproxima de Jesus e pergunta: "Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete vezes?" Esta pergunta de Pedro introduz o tema do perdão e estabelece o contexto para a resposta de Jesus sobre a necessidade de perdoar generosamente.
2. **Resposta de Jesus sobre o perdão ilimitado (versículos 22)**: Aqui, Jesus responde à pergunta de Pedro dizendo: "Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete". Esta resposta destaca a natureza ilimitada do perdão que os discípulos devem demonstrar, enfatizando a generosidade e a constância do perdão na vida cristã.
Esses dois blocos compõem o diálogo entre Pedro e Jesus sobre o perdão, onde Pedro busca esclarecimento sobre o limite do perdão e Jesus ensina sobre a necessidade de um perdão incondicional e ilimitado.
A passagem de Mateus 18:21-35 pode ser dividida em quatro blocos principais:

1. A Pergunta de Pedro sobre o Perdão (Mateus 18:21-22)

Pedro se aproxima de Jesus e pergunta quantas vezes deve perdoar seu irmão quando ele pecar contra ele, sugerindo até sete vezes. Jesus responde que não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, indicando que o perdão deve ser ilimitado.

2. A Introdução da Parábola do Servo Incompassivo (Mateus 18:23-27)

Jesus começa a parábola, comparando o Reino dos Céus a um rei que decidiu acertar contas com seus servos. Um servo que devia uma quantia enorme, impossível de pagar, é trazido. Quando o rei ordena que ele e sua família sejam vendidos para pagar a dívida, o servo suplica por paciência. O rei, movido de compaixão, perdoa a dívida e o liberta.

3. A Ingratidão do Servo Perdoado (Mateus 18:28-31)

Ao sair, o servo perdoado encontra um colega que lhe deve uma quantia pequena. Ele exige pagamento imediato e, quando o colega suplica por paciência, ele recusa e manda prendê-lo até que pague a dívida. Outros servos, ao verem isso, ficam tristes e relatam o acontecido ao rei.

4. A Reação do Rei e a Conclusão de Jesus (Mateus 18:32-35)

O rei chama o servo incompassivo e o repreende, dizendo que ele deveria ter tido misericórdia de seu colega, assim como ele recebeu misericórdia. Indignado, o rei entrega o servo aos torturadores até que ele pague toda a dívida. Jesus conclui dizendo que é assim que o Pai celestial tratará aqueles que não perdoarem de coração seus irmãos.
2. Quais são os títulos de cada bloco?
3. Quais são os símbolos e imagens utilizados pelo autor?
No texto de Mateus 18:21-22, o autor não faz uso direto de símbolos ou imagens, mas o diálogo entre Pedro e Jesus sobre o perdão pode ser entendido metaforicamente. Aqui estão algumas interpretações simbólicas que podem ser associadas a esse diálogo:
1. **Números sete e setenta vezes sete**: Os números sete e setenta vezes sete têm significados simbólicos na Bíblia. O número sete é frequentemente associado à perfeição, completude e totalidade. Pedro, ao sugerir perdoar até sete vezes, pode estar pensando que está sendo generoso e completo em seu perdão. No entanto, Jesus responde com "setenta vezes sete", ultrapassando qualquer limite humano, sugerindo que o perdão deve ser ilimitado e total, refletindo a infinita misericórdia de Deus.
2. **Relação entre irmãos**: O termo "irmão" usado por Pedro pode simbolizar não apenas um membro da família, mas também qualquer pessoa com quem nos relacionamos. O ato de perdoar "o irmão" pode ser interpretado como perdoar qualquer pessoa que nos ofenda ou nos magoe, enfatizando a necessidade de perdão em todas as nossas relações interpessoais.
Embora não haja imagens ou símbolos concretos no texto, a linguagem usada por Jesus e Pedro pode ser interpretada simbolicamente para transmitir significados mais profundos sobre a natureza e a importância do perdão na vida cristã. Claro, vamos explorar mais esse simbolismo dos números sete e setenta vezes sete na Bíblia e sua aplicação ao diálogo sobre perdão entre Pedro e Jesus em Mateus 18:21-22:
1. **O número sete na Bíblia**:
- Na Bíblia, o número sete é considerado sagrado e simboliza perfeição, completude e totalidade. Ele aparece repetidamente em diferentes contextos, desde os sete dias da criação no Gênesis até os sete selos, sete trombetas e sete copos da ira em Apocalipse.
- O número sete também é associado a rituais e práticas religiosas, como os sete dias da semana de trabalho e o sétimo dia de descanso no sábado, que representam a totalidade do ciclo semanal.
- Portanto, quando Pedro sugere perdoar até sete vezes, ele pode estar usando esse número como uma expressão de generosidade e completude, pensando que perdoar até sete vezes seria suficiente para demonstrar uma atitude de perdão exemplar.
2. **Setenta vezes sete**:
- Ao responder a Pedro, Jesus diz para perdoar "setenta vezes sete", uma expressão que ultrapassa qualquer limite humano conhecido. Essa frase não é uma instrução literal para contar até 490 vezes, mas sim uma maneira de enfatizar a ideia de que o perdão deve ser ilimitado e total.
- A expressão "setenta vezes sete" pode ser entendida como uma multiplicação simbólica de sete, enfatizando a necessidade de um perdão que vai além de qualquer medida humana.
- Essa resposta de Jesus reflete a infinita misericórdia de Deus e destaca que o perdão cristão não deve ter limites, mas deve ser estendido repetidamente, refletindo o amor e a graça divina.
Portanto, o contraste entre o perdão até sete vezes sugerido por Pedro e o perdão "setenta vezes sete" ensinado por Jesus destaca a diferença entre uma visão limitada e humana do perdão e a visão divina, que é ilimitada e reflete a completa perfeição da misericórdia de Deus.
Existem várias passagens na Bíblia onde o número sete é significativo e possui um simbolismo importante. Aqui estão algumas delas:
Sete dias da criação: No livro de Gênesis, encontramos o relato da criação do mundo em sete dias, com Deus descansando no sétimo dia (Gênesis 1:1-2:3). Essa é uma das associações mais conhecidas do número sete com a perfeição e totalidade divina.
Sete dias da semana: O conceito de uma semana de sete dias, com base no ciclo lunar, é uma prática antiga que remonta aos tempos bíblicos. O sétimo dia, o sábado, era considerado sagrado e destinado ao descanso e adoração a Deus (Êxodo 20:8-11).
Sete selos, sete trombetas e sete copos da ira: No livro de Apocalipse, encontramos uma série de visões de João envolvendo sete selos, sete trombetas e sete copos da ira, que simbolizam os juízos divinos sobre a terra (Apocalipse 6-16). Esses conjuntos de sete representam a totalidade do julgamento de Deus sobre o mundo.
Sete dias de festa dos pães ázimos: No Antigo Testamento, durante a festa dos pães ázimos (ou festa dos tabernáculos), havia uma cerimônia de sete dias de duração, seguida de um oitavo dia de santa convocação (Levítico 23:6-8). Essa festa era uma celebração da colheita e também simbolizava a presença e a provisão de Deus.
Sete espíritos de Deus: Em Apocalipse 1:4, João envia saudações às sete igrejas da Ásia, mencionando os "sete espíritos que estão diante do seu trono". Esse simbolismo pode representar a plenitude e a perfeição do Espírito Santo, que é enviado para habitar e guiar a Igreja.

Qual é a Ideia exegética?

A ideia exegética em Mateus 18:21-22 gira em torno do conceito do perdão ilimitado como um reflexo do caráter e da vontade de Deus. Vou explicar isso mais detalhadamente:
Contexto exegético:
Antes da passagem em questão, Jesus está ensinando sobre a vida na comunidade de fé e abordando questões como a humildade, a correção fraterna e o cuidado pelos mais fracos (Mateus 18:1-20).Pedro faz uma pergunta a Jesus sobre o perdão, buscando esclarecer até onde ele deve perdoar seu irmão que peca contra ele.
Interpretação exegética:
Pedro sugere perdoar até sete vezes, talvez pensando que essa seria uma demonstração generosa de perdão.No entanto, Jesus responde com a expressão "setenta vezes sete", destacando a necessidade de um perdão ilimitado e constante.A resposta de Jesus vai além das expectativas humanas, mostrando que o perdão deve ser uma característica distintiva dos seguidores de Cristo.
Aplicação exegética:
A ideia exegética aqui é que o perdão ilimitado reflete o caráter de Deus, que é misericordioso e perdoador.Os discípulos são chamados a imitar esse padrão divino de perdão, perdoando generosamente e repetidamente, independentemente do número de vezes que são ofendidos.O perdão ilimitado promove a paz, a reconciliação e a unidade dentro da comunidade de fé, refletindo o amor e a graça de Deus.
Elaboração da ideia exegética
1. Qual é o assunto do texto?
2. O que e como o autor fala sobre esse assunto?
3. Qual é a natureza do requisito legal?
4. Qual é o propósito da lei para o Antigo Israel?
Assunto do texto:
O assunto principal do texto é o perdão. Pedro pergunta a Jesus sobre quantas vezes ele deve perdoar seu irmão que peca contra ele, e Jesus responde com a parábola do servo incompassivo, destacando a importância do perdão ilimitado.
O que e como o autor fala sobre esse assunto:
O autor aborda o tema do perdão através de um diálogo entre Pedro e Jesus. Pedro pergunta se deve perdoar até sete vezes, demonstrando uma atitude de generosidade em seu perdão. No entanto, Jesus amplia essa ideia, enfatizando a necessidade de perdoar "setenta vezes sete", destacando a natureza ilimitada do perdão que os seguidores de Cristo devem demonstrar.
Natureza do requisito legal:
O requisito legal mencionado por Pedro reflete a compreensão judaica da Lei que exigia um certo limite para o perdão. Pedro está tentando determinar até que ponto ele deve seguir essa lei ao perdoar seu irmão. No contexto cultural judaico, perdoar até sete vezes era considerado generoso e completo, refletindo uma interpretação da lei.
Propósito da lei para o Antigo Israel:
A lei no Antigo Israel tinha como propósito estabelecer padrões de justiça, ética e relacionamentos interpessoais. Ela fornecia orientações sobre como viver em comunidade, incluindo princípios sobre perdão e reconciliação. No contexto do perdão, a lei incentivava o perdão mútuo entre os membros da comunidade, mas não necessariamente exigia um perdão ilimitado como Jesus ensina aqui. O propósito da lei era promover a harmonia e a justiça dentro da comunidade.
Qual seria a ideia exegética ou central desse texto?
Faça uma ideia exegética nesse texto, usando: quem? O que? Como? Por que? Para que? Para quem? Onde?

Aplicação

1. Existe uma ordem para que eu obedeça?
2. Existe uma promessa a ser cumprida?
3. Existe um exemplo a ser seguido?
4. Existe algum pecado a ser evitado ou confessado?
5. Há algum motivo para ação de graças ou elogio?
6. O que esta passagem me ensina sobre Deus, Jesus, eu mesmo, os outros?
Existe uma ordem para que eu obedeça?
Sim, a ordem implícita aqui é para perdoar generosamente e sem limites. Jesus responde a Pedro dizendo: "Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete", indicando que o perdão deve ser ilimitado.
Existe uma promessa a ser cumprida?
A passagem não contém uma promessa específica, mas Jesus ensina que aqueles que perdoam serão abençoados e refletirão o caráter de Deus, que é misericordioso.
Existe um exemplo a ser seguido?
O exemplo a ser seguido é o próprio Jesus, que ensina e demonstra o perdão ilimitado através de suas palavras e ações.
Existe algum pecado a ser evitado ou confessado?
O pecado a ser evitado é o de se recusar a perdoar os outros. A passagem destaca a importância de superar a falta de perdão e seguir o exemplo de Cristo.
Há algum motivo para ação de graças ou elogio?
Sim, há motivo para ação de graças pela misericórdia e pelo perdão que recebemos de Deus, e também pelo exemplo e ensinamento de Jesus sobre o perdão.
O que esta passagem me ensina sobre Deus, Jesus, eu mesmo, os outros?
Esta passagem ensina sobre a natureza generosa e ilimitada do perdão de Deus, sobre a importância de imitar esse perdão em nossas próprias vidas, sobre a necessidade de humildade e arrependimento pessoal, e sobre a responsabilidade de estender o perdão aos outros, refletindo o amor e a graça de Deus para com todos.

Qual é a ideia homilética?

O que esse texto bíblico faz a esse público usando as questões: O que? Como? Por que? Para que?

Qual é o melhor tipo de roteiro a ser utilizado?

Elementos que podem ser utilizados nas partes do Desenvolvimento da pregação:

1. Leitura de parte do texto bíblico
2. Explicação do contexto geral do livro
3. Explicação do contexto da passagem empregada
4. Explicação do significado de alguma palavra da passagem
5. Explicação de algum dado histórico ou cultural
6. Passagens bíblicas paralelas
7. Citações da tradição da igreja
8. Citação do magistério da igreja
9. Citação de Santos
10. Citação de outros livros teológicos
11. Aplicação desta passagem
12. Ilustração - testemunho
13. Historinhas
Explicação do contexto geral do livro:
O Evangelho de Mateus foi escrito por Mateus, um dos doze discípulos de Jesus. O livro é dirigido principalmente a uma audiência judaica, destacando o cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento em Jesus Cristo. Mateus enfatiza o reino dos céus e a autoridade de Jesus como Messias e Salvador.
Explicação do contexto da passagem empregada:
Mateus 18:21-22 está localizado dentro do discurso de Jesus sobre a vida na comunidade de fé, onde ele aborda questões como a humildade, a correção fraterna e o perdão. Pedro pergunta a Jesus sobre o número de vezes que ele deve perdoar seu irmão que peca contra ele, e Jesus responde com a parábola do servo incompassivo, ensinando sobre a necessidade de perdoar generosamente e sem limites.
Explicação do significado de alguma palavra da passagem:
No versículo 22, a expressão "setenta vezes sete" é uma figura de linguagem que representa um número incontável, destacando a ideia de que o perdão deve ser ilimitado e constante.
Explicação de algum dado histórico ou cultural:
Na cultura judaica, perdoar até sete vezes era considerado generoso e completo, pois sete era um número simbólico de plenitude e perfeição. No entanto, Jesus amplia essa ideia, enfatizando a necessidade de um perdão ilimitado e constante.
Passagens bíblicas paralelas:
Lucas 17:3-4: Nesta passagem paralela, Jesus também ensina sobre o perdão, enfatizando a importância de perdoar repetidamente, mesmo que o irmão peque contra nós sete vezes em um dia.
Citações da tradição da igreja:
Agostinho de Hipona, um dos Padres da Igreja, comentou sobre este verso, destacando a importância do perdão ilimitado como um reflexo do amor de Deus.
Citação do magistério da igreja:
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2843, faz referência a este verso, ensinando que o perdão cristão deve ser ilimitado, refletindo a generosidade do perdão divino.
Citação de Santos:
São Francisco de Assis é conhecido por seu ensinamento e prática do perdão, o que o torna uma fonte valiosa de inspiração para refletir sobre a mensagem de Mateus 18:21-22.
Citação de outros livros teológicos:
"O Perdão Total" de R.T. Kendall é um livro que explora profundamente o tema do perdão e pode oferecer insights valiosos sobre a mensagem de Mateus 18:21-22.
Aplicação desta passagem:
A aplicação desta passagem pode incluir desafiar os ouvintes a refletir sobre sua disposição para perdoar os outros, incentivando-os a praticar um perdão generoso e ilimitado em suas próprias vidas.
Ilustração - testemunho:
Um testemunho pessoal de perdão e reconciliação pode ilustrar o poder transformador do perdão e trazer a mensagem de Mateus 18:21-22 para a vida real.
Historinhas:
Uma história ou parábola que ilustre o conceito de perdão ilimitado pode ajudar a elucidar a mensagem de Mateus 18:21-22 e torná-la mais acessível ao público.

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